quarta-feira, 24 de junho de 2020

A força das tranças e dos turbantes como resistência da cultura negra


As tranças e os turbantes são símbolos culturais muito forte na cultura africana e que volta com tudo para afirmação da nossa negritude, seja no Brasil, noa Estados Unidos, Jamaica, Colômbia,etc. O significado deste adorno tão especial para a cultura africana diz muito sobre o processo de formação da nossa própria cultura. Conhecer as origens culturais do turbante e da trança através do tempo e discutir a apropriação cultural deste elemento tão rico é também uma forma de reconhecer e valorizar a nossa identidade cultural,sendo também um símbolo de resistência ao aculturamento, de afirmação de sua identidade cultural e de luta contra a discriminação e o preconceito racial. A questão é cultural e um ato político, que vai muito além da moda e do estilo. Os turbantes e as tranças estão na moda dentro de uma tendência chamada “étnica”. O que significa que é uma moda pertencente aos hábitos e costumes de um determinado povo. Este povo, por sua vez, se identifica culturalmente com este estilo porque foi criado historicamente por seus ancestrais. Este povo se veste de sua cultura, de um estilo próprio, que os distingue, reconhece e valoriza. Entender a história cultural do turbante e da trança, é se reconectar com nossas origens, com o processo de formação da cultura brasileira e mundial, visto que o Brasil recebeu influências de vários continentes, desde os portugueses europeus até o povo africano e suas várias culturas. Depois disso, as tranças também estiveram presentes em manifestações como na Marcha dos Direitos Civis nos Estados Unidos, o movimento Black Power e no partido dos Panteras Negras.
Nas religiões africanas, o turbante é um elemento e elo com a nossa dimensão espiritual. O uso do turbante e suas variadas cores carregam significados profundos. Ele é usado para proteger a cabeça que simboliza os pensamentos e a fé no divino. Para nós negro e negras, trançar o cabelo é mais do que um código estético, é herança de uma história de resistência, resiliência e ancestralidade, passada entre mulheres, geração após geração.
As tranças e turbantes hoje, perpassam os preconceitos e apontam para uma força ancestral capaz de transformar o mundo da estética. Estereótipos estão enfraquecendo enquanto a africanidade fortalecendo. Que as cabeças continuem sendo enfeitadas e mostrando o poder ancestral.

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