terça-feira, 27 de dezembro de 2016

A  importância do letramento no processo de alfabetização

O processo de alfabetização e letramento de uma criança,jovem ou adulto deve ser muito importante e marcante para o alunado,que,mesmo não conhecendo as letras no processo de alfabetização,de algum modo,ele está inserido em uma sociedade marcada por símbolos e imagens que também devem estar inserido na alfabetização desse individuo.
Ao longo do desenvolvimento da sociedade, a humanidade desenvolveu várias formas de se comunicar,como afirmam as pesquiadores Colomer e Camps(2002,pág.11) :

A espécie humana tem a capacidade de representar simbolicamentea realidade e de comunicar-se através de um sistema de signos elaborado socialmente que chamamos de língua e que tem sua realização concretanos diferentes atos comunicativos dos indivíduos.

Muitos pesquisadores trabalham com a Teoria da Lectoescrita,que nada mais é a habilidade adquirida de poder ler e escrever,conforme relatam Colomer e Camps(2002,pág.12):

Nesse sentido,o que definiria os primórdios da lectoescrita é que o ser humano utiliza deliberadamente sinais externos ( uma marca em uma pedra para assinalar um acontecimento,pinturas para indicar o início da caça,etc)para regular sua relação com o mundo de forma indireta.Ou seja,que são os sinais gráficos os encarregados de representar essa relação de forma simbólica e de regulá-la socialmente através de sua elaboração e transmissão cultural.

Civilizações como,fenício,gregos e egipcíos, por exemplo,desenvolveram suas próprias técnicas de alfabetização e letramento ( COLOMER e CAMPS 2002 pág.12):

Assim,o princípio básico para que um sistema de escrita fosse produtivo foi sua constituição como um conjunto limitado de signos.Algumas culturas tentaram rsoilver o problema a partir da representaçãodas sílabas da língua,e os fenícios idealizaram um sistema alfabético de representação dos signos consonantais que constitui a base do alfabeto adotado pelos gregos.Estes incluíram os signos vocálicos e a ideia de que toda sílaba é divisível nesses signos, e seu alfabeto levou a nosso sistema gráfico atual da escrita latina.

No Brasil,também não foi diferente,houve várias mudanças no decorrer no processo educacional brasileiro,tentando diminuir essa lacuna ainda sentida em nossa sociedade,em que muitas pessoas ainda não sabem, ou pouco, ler e escrever.
Para as escritoras Emília Ferreiro e Ana Teberoski na investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança - ou seja, de que modo ela aprende,  mesmo antes de entrarem na escola,descobriram que ela desenvolve tentativas de escrever, iniciando um processo de escrita informal  como representação da fala.Dessa descoberta concluíram que a criança “constrói” o conhecimento, através de teorias explicáveis, surgindo daí o  termo “construtivismo” que muitos equivocadamente chamam de método de alfabetização; Na verdade o “construtivismo” é o termo dado aos processos da construção da escrita e da leitura.
Na sua obra Psicogênese da Língua Escrita "a mudança da compreensão do processo pelo qual se aprende a ler e a escrever afetou todo o ensino da língua", produzindo "experimentação pedagógica suficiente para construir, a partir dela, uma didática" e não um método. Um dos maiores legados destas descobertas de Ferreiro e Teberoski é a psicogênese da escrita em que a  criança elabora hipóteses sobre o sistema de escrita. Descobrir em qual nível cada uma está é uma importante ferramenta para os professores alfabetizadores levar os alunos à aprender.
É preciso entender  a psicogênese para usá-la em função, não somente, de conhecer como a criança está construindo o conhecimento e avançando para estágios mais avançados  como sentir que a  mediação do professor está favorecendo,realmente,o processo de alfabetização.
Inúmeras vezes os professores alfabetizadores,não percebendo os avanços de alguns alunos na alfabetização, chegam a pensar que há algum problema de aprendizagem com eles. 
Quando o professor conhecendo e validando os testes da psicogênese  ele  percebe nitidamente o avanço maior ou menor de cada um,  e a partir desse conhecimento vai fazer um trabalho que favoreça o avanço nas hipóteses. Essa é a grande importância da psicogênese para o aluno e para o professor.
Sendo assim,cabe ao professor alfabetizador fornecer ao aluno, de forma clara e objetiva,o conhecimento do mundo letrado,não só dominando a leitura e a escrita,mas também uma outra forma de letramento mais culta,reflexiva e crítica que o aluno deve desenvolver para compreender e entender qualquer contexto literário.


BIBLIOGRAFIA:

COLOMER,Reresa;CAMPS,Anna. Ensinar a ler,ensinar a compreender.Porto Alegre:Artmer,2002,pág.11-24.
FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Lichtenstein et al.Porto Alegre: Artes Médicas,1986.


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